Queremos calar
o mudo.
Queremos cegar
o cego.
Queremos deixar
o abandonado.
Queremos apagar
o invisível.
Queremos estuprar
a mácula.
Queremos fingir
Sem máscara.
Queremos banir
o exilado.
Queremos acabar com a vida
Do morto.
Meu nome é Bill
Não tenho sobrenome,
E você deve saber a razão...
Ou deveria.
Minha mãe é minha santinha.
Meu pai, o meu trabalho.
Meus irmãos, os meus amigos
(os poucos que restam).
Se eu tenho religião?
Posso até ter,
Mas meu Deus é o meu trabalho:
Com ele eu como e bebo água.
Até sobra uma merreca pra cerveja.
Escuto funk,
Rap e pagode.
Prefiro rap.
Sou eu.
Mesmo sem sobrenome,
Queremos que o Bill
Perca o único nome.
Fácil, não?
Vai ser enterrado
- se for
Como um cachorro sarnento.
Queremos o enterro
Do indigente.
Ué, mas ele já não está morto?
Não, idiota, to falando do outro,
Aquele ali sem camisa
Pretinho
Pobre...
Morra!
3 comentários:
Cadê suas prosas?! Quero ler!
anda sumido, volte a att
Você é maluco.
Eu também sou.
Por isso que não é nessa vida.
Podemos acabar nos engolindo.
até a próxima
(vida)
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