19 julho 2010

Fragmento de livro - A chave de casa - Tatiana Salem Levy

Poucos dias depois da sua morte, o médico telefonou para saber como tinha sido a nossa volta ao Brasil, se estava tudo sob controle. Não, eu disse, não há nada sob controle. Não há nada mais que se possa fazer, nem eu, nem você, nem o melhor hospital do mundo. Ele vacilou, gaguejou, depois ficou em silêncio. Tive receio de ouvir minha condenação pela sua voz. Achei que ele fosse dizer que a culpa era minha, que eu havia transgredido as regras, deitado na cama ao seu lado, que não tinha usado máscaras nem luvas, que não havia passado álcool suficiente no catéter antes de injetar a medicação (lembra que quando saímos do hospital eles me treinaram para ser a sua enfermeira particular?). Achei que ele fosse dizer que se eu tivesse seguido uma por uma as suas indiações você não teria partido. Quando ouvi seu silêncio, tive a certeza de que ouviria a minha sentença: culpada. Mas não, o que ouvi foram palavras inesperadas, palavras doces e carinhosas. Ele tinha se envolvido, mãe, sua carapaça tinha dado lugar a um homem enternecido.

(Trecho do livro "A chave de casa", Tatiana Salem Levy).

A morte faz o médico homem. Ou pelo menos deveria fazê-lo.

18 julho 2010

Homenagem a uma donzela

Frederico não é rico
e eu nunca o vi chupando pirulito

Fred não come biscoito
e é muito afoito

Frederico não é da martinica
mas vez ou outra tem larica

Fred tem cachos
e adora nachos

Frederico é meu chicabom
e tem gosto de bombom

Frederico namora uma donzela
que não tem cara de panela
e que come pelas tabelas

Amo Frederico, que não é rico, que não come biscoito, que é afoito, que não é da martinica, que tem larica, que tem cachos e come nachos, que é um chicabom, com gosto de bombom...

A experiência da experiência

Ontem, conheci um menino. Ele gosta tanto de falar, que perde a voz, o ar e as palavras vem pela metade, atrofiadas, emaranhadas. Ele tem sonhos, mas nao sabe quais. Ele sabe que tem sonhos. Vive. Queria jogar futebol, mas nao pode. Queria correr, mas nao pode. Ele ainda nao sabe, mas gostara de escrever, principalmente pequenos poemas. Poemas. Vive. Sente-se em paz, na praia. Disse que viraria areia, agua, ar, o azul, apenas pra ser praia. Praia. Nao conheceu os pais, nem quer conhecê-los. Vive sozinho. Perguntei como conseguia, e ele respondeu que precisa viver. E viver pra quê?, novamente perguntei. Ansioso, preferiu nao falar. Permaneceu calado, o olhar vidrado nas ondas indo e vindo, até romper o silencio. E o senhor, sabe a resposta pra essa pergunta? O senhor vive pra quê? Tremi. Estava diante do espelho. Olhei fixamente pra mim mesmo crianca, dentro do espelho. Os olhos estavam fechados, de ambos. Olhei tanto, que fiquei com sono, até adormecer, exausto no meu proprio sonho. Cheguei em mim mesmo e encontrei um par de olhos verdes, ensolarados, reflexos da cor do mar e dos raios do sol. Eles olharam fixamente e, com um bisturi, abriram meu peito, quebrando as costelas. Retiraram meu coracao e meus pulmões. Continuei vivo e eles mastigaram ate engolir cada pedacinho das minhas entranhas. O menino encontrou os olhos e eu resolvi abraca-los com os labios.

O texto pode ser produto de uma experiência.
O texto pode ser produto da fantasia.
Um mesmo texto, produto de uma experiência,
pode servir a uma outra,
e representá-la em suas linhas precisas.
Afinal, uma experiência se funde à outra,
e nós nos definimos.

A VOLTA DO CADERNO RABUGENTO" - João Ubaldo Ribeiro

João Ubaldo Ribeiro - O Estado de S.Paulo

Não sei se vocês se lembram de quando lhes falei, acho que no ano passado, num caderninho rabugento que eu mantenho. Aliás, é um caderninho para anotações diversas, mas as únicas que consigo entender algum tempo depois são as rabugentas, pois as outras se convertem em hieróglifos indecifráveis (eu sei que o recomendado é "hieróglifo", mas sempre achei que quem diz "hieróglifo" está tentando descolar alguma coisa dos dentes), assim que fecho o caderno. Claro, é o reacionarismo próprio da idade, pois, afinal, as línguas são vivas e, se não mudassem, ainda estaríamos falando latim. Mas, por outro lado, se alguém não resistir, a confusão acaba por instalar-se e, tenho certeza, a língua se empobrece, perde recursos expressivos, torna-se cada vez menos precisa.

Quer dizer, isso acho eu, que não sou filólogo nem nada e vivo estudando nas gramáticas, para não passar vexame. Não se trata de impor a norma culta a qualquer custo, até porque, na minha opinião, está correto o enunciado que, observadas as circunstâncias do discurso, comunica com eficácia. Não é necessário seguir receituários abstrusos sobre colocação de pronomes e fazer ginásticas verbais para empregar regras semicabalísticas, que só têm como efeito emperrar o discurso. Mas há regras que nem precisam ser formuladas ou lembradas, porque são parte das exigências de clareza e precisão - e essas deviam ser observadas. Não anoto, nem tenho qualificações para isto, com a finalidade de apontar o "erro de português", mas a má ou inadequada linguagem.

E devo confessar que fico com medo de que certas práticas deixem de ser modismo e virem novas regras, bem ao gosto dos decorebas. É o que acontece com o, com perdão da má palavra, anacolutismo que grassa entre os falantes brasileiros do português. Vejam bem, nada contra o anacoluto, que tem nome de origem grega e tudo, e pode ser uma figura de sintaxe de uso legítimo. O anacoluto ocorre, se não me trai mais uma vez a vil memória, quando um elemento da oração fica meio pendurado, sem função sintática. Há um anacoluto, por exemplo, na frase "A democracia, ela é a nossa opção". Para que é esse "ela" aí? Está certo que, para dar ênfase ou ritmo à fala, isso seja feito uma vez ou outra, mas como prática universal é meio enervante. De alguns anos para cá, só se fala assim, basta assistir aos noticiários e programas de entrevistas. Quase nenhum entrevistado consegue enunciar uma frase direta, na terceira pessoa - sujeito, predicado, objeto - sem dobrar esse sujeito anacoluticamente (perdão outra vez). Só se diz "o policiamento, ele tem como objetivo", "a prevenção da dengue, ela deve começar", "a criança, ela não pode" e assim por diante. O escritor, ele teme seriamente que daqui a pouco isso, ele vire regra.

E os verbos em "izar"? Não sei se vocês já notaram que há muito tempo, principalmente por escrito, ninguém vê, enxerga, discerne, descortina, ou qualquer outro sinônimo decente. Agora só se visualiza, mais nada e, em Itaparica, ouvi de um menino turista a comunicação, feita ao pai dele, de que estava visualizando de binóculo. "Vender" tem sofrido uma sabotagem inclemente por parte de "comercializar" e não duvido nada que venha a ser banido, assim como foram "pôr" e "botar". Hoje em dia, o verbo "colocar" perdeu o sentido mais preciso que tinha e substitui os dois outros, inclusive em usos tradicionais. A galinha coloca ovo, dando a impressão, para quem aprendeu o uso mais específico desse verbo, de que a galinha faz a postura (aliás, talvez devesse dizer "colocação") ajustando cuidadosamente o fiofó num canto do ninho escrupulosamente escolhido. O mesmo tipo de impressão se tem, quando se ouve no noticiário que alguém colocou fogo num barraco. Atear fogo, nem pensar. Virá o dia em que alguém vai colocar pra quebrar. E já ouvi também (ou vi escrito; com esse negócio de internet, não sei mais o que li onde) "ajustabilizar" e "ausentabilizar", este último, a julgar pelo som, um verbo que haverá de ter lá sua serventia, usado em relação ao Congresso Nacional.

"Prejudicar", com longa e honrada folha de serviços prestados ao povo brasileiro, também está no caminho célere do ostracismo. Ninguém mais é prejudicado, agora todo mundo é penalizado. Quem estiver pensando em usar a palavra no sentido antigo melhor fará se a substituir por "comiserar", enquanto esta ainda se encontra disponível, pois, no futuro, "comiserado" poderá ser a designação aplicada por alguma ONG a companheiros de miséria no Terceiro Mundo. "Personalizar", palavra com mais de cem anos de batente, agora está de aviso prévio e marchará para o esquecimento a que lhe votam os cada vez mais numerosos aficionados de "customizar". Os verbos em "ionar" também desfrutam de grande voga e um deles, "posicionar", já mandou "dispor" para o espaço. Nenhum general dispõe mais suas tropas assim ou assado, não mais se dispõem as peças de um jogo de tabuleiro. E se arruma bem menos que no passado. Acho que qualquer técnico de futebol contemporâneo ficaria ofendido, se alguém comentasse que ele arrumou seu time assim ou assado, porque ele posiciona, tudo é posicionado. Da mesma forma que "colocar", fica, por alguma razão, mais chique.

Finalmente, para não perder o costume, faço mais um réquiem para o finado "cujo". Tenho a certeza de que, entre os muito jovens, a palavra é desconhecida e não deverá ter mais uso, dentro de talvez uma década. A gente até se acostuma a ouvir falar em espécies em extinção, mas, não sei por que, palavras em extinção me comovem mais, vai ver que é porque vivo delas. E não é consolo imaginar que o cujo e eu vamos nos defuntabilizar juntos.


12 julho 2010

O porquê dos textos dos outros

Antes que alguém reclame,
eu explico:
ando lendo
e encaro minhas fraquezas
e dificuldades.
Uma delas: escrever.
Quero deixar de ser reiterativo,
por isso leio.
Um dia, quem sabe, me torno escritor
realmente.
Mas, como diria o meu bom e velho pai:
"se você não lê, como quer escrever?"

Cálice - Chico Buarque e Gilberto Gil

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...(2x)

Como beber
Dessa bebida amarga
Tragar a dor
Engolir a labuta
Mesmo calada a boca
Resta o peito
Silêncio na cidade
Não se escuta
De que me vale
Ser filho da santa
Melhor seria
Ser filho da outra
Outra realidade
Menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Como é difícil
Acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano
Quero lançar
Um grito desumano
Que é uma maneira
De ser escutado
Esse silêncio todo
Me atordoa
Atordoado
Eu permaneço atento
Na arquibancada
Prá a qualquer momento
Ver emergir
O monstro da lagoa...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

De muito gorda
A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada
A faca já não corta
Como é difícil
Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra
Presa na garganta
Esse pileque
Homérico no mundo
De que adianta
Ter boa vontade
Mesmo calado o peito
Resta a cuca
Dos bêbados
Do centro da cidade...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Talvez o mundo
Não seja pequeno
(Cálice!)
Nem seja a vida
Um fato consumado
(Cálice!)
Quero inventar
O meu próprio pecado
(Cálice!)
Quero morrer
Do meu próprio veneno
(Pai! Cálice!)
Quero perder de vez
Tua cabeça
(Cálice!)
Minha cabeça
Perder teu juízo
(Cálice!)
Quero cheirar fumaça
De óleo diesel
(Cálice!)
Me embriagar
Até que alguém me esqueça
(Cálice!)

Metáfora - Gilberto Gil

Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

(Fernando Pessoa)

Palpite infeliz - Noel Rosa

Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também

Fazer poema lá na Vila é um brinquedo
Ao som do samba dança até o arvoredo
Eu já chamei você pra ver
Você não viu porque não quis
Quem é você que não sabe o que diz?

A Vila é uma cidade independente
Que tira samba mas não quer tirar patente
Pra que ligar a quem não sabe
Aonde tem o seu nariz?
Quem é você que não sabe o que diz?

Por você - Barão Vermelho

Por Você
Eu dançaria tango no teto
Eu limparia
Os trilhos do metrô
Eu iria a pé
Do Rio à Salvador...

Eu aceitaria
A vida como ela é
Viajaria a prazo
Pro inferno
Eu tomaria banho gelado
No inverno...

Por Você!
Eu deixaria de beber
Por Você!
Eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia
Prá virar burguês...

Eu mudaria
Até o meu nome
Eu viveria
Em greve de fome
Desejaria todo o dia
A mesma mulher...

Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!

Por Você!
Conseguiria até ficar alegre
Pintaria todo o céu
De vermelho
Eu teria mais herdeiros
Que um coelho..

Eu aceitaria
A vida como ela é
Viajaria à prazo
Pro inferno
Eu tomaria banho gelado
No inverno...

Eu mudaria
Até o meu nome
Eu viveria
Em greve de fome
Desejaria todo o dia
A mesma mulher...

Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!

Nã Nã Nã Nã Nã...

Eu mudaria
Até o meu nome
Eu viveria
Em greve de fome
Desejaria todo o dia
A mesma mulher...

Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!

Te ver - Skank

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...(2x)

É como mergulhar no rio
E não se molhar
É como não morrer de frio
No gelo polar
É ter o estômago vazio
Não almoçar
É ver o céu se abrir no estio
E não se animar...

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...

É como esperar o prato
E não salivar
Sentir apertar o sapato
E não descalçar
É ver alguém feliz de fato
Sem alguém prá amar
É como procurar no mato
Estrela do mar...

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...

É como não sentir calor
Em Cuiabá
Ou como no Arpoador
Não ver o mar
É como não morrer de raiva
Com a política
Ignorar que a tarde
Vai vadiar e mítica
É como ver televisão
E não dormir
Ver um bichano pelo chão
E não sorrir
E como não provar o nectar
de um lindo amor
Depois que o coração detecta
A mais fina flor...

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...(2x)

06 julho 2010

Na escola campeã no Rio, não há quadra nem auditório, mas livros

Publicada em 05/07/2010 às 23h58m

O Globo

RIO - Na Penha Circular, bairro da Zona Norte do Rio que está apenas 72 posição entre os que têm maior IDH na cidade, fica a Escola Municipal João de Deus, unidade com a maior nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em todo o estado. O colégio é de infraestrutura simples - sequer tem quadra esportiva ou auditório. Professores do João de Deus, que tem 314 alunos entre 4 e 11 anos, contam que o sucesso tem receita simples: obrigar o contato com a literatura, incentivar a produção de textos para praticar a língua e promover mais reuniões com os pais. (Leia também: Estado do Rio é o penúltimo do ranking).

- Temos projeto de desenvolver o gosto pela leitura, desde a pré-escola até o quinto ano. Uma vez por semana, os alunos são obrigados a pegar dois livros de literatura para ler em casa - conta a diretora da escola, Luciana Landrino.

Se o Ideb fosse um campeonato, daria para dizer que a escola da Penha Circular joga com o regulamento debaixo do braço, ao incentivar a leitura. Interpretação de texto e gramática são dois dos três temas aferidos nos alunos - raciocínio lógico-matemático é o terceiro. A nota da escola (7,8) é bem maior que os 4,7 da média do estado.

Outra invenção do colégio é o "Correio escolar". No refeitório, há uma caixa em que os alunos devem depositar, toda semana, uma carta para o colega de sala. Um carteiro mirim se encarrega de fazer as entregas, e os textos são lidos em voz alta. A necessidade da escrita disciplinada, sem os neologismos dos e-mails, faz as crianças evoluírem no uso do português.

- Na João de Deus nunca tem aluno fugindo da escola, como vejo nas outras. Demorei um ano para matricular minhas duas filhas aqui, é concorrido. $de morar em Brás de Pina (bairro vizinho), prefiro que elas estudem na João de Deus, porque elas passaram a gostar de ler e a disciplina é mais rígida - conta a dona-de-casa Nilva Gonçalves Pires.

Leia também: Escolas de Cajuru entre as melhores

A diretora explica que não pode entrar aluno de chinelos, por exemplo. É uma forma de as crianças se sentirem bem tratadas pelos pais. As reuniões com os responsáveis são mais frequentes que em outras escolas da rede pública.

- Hoje em dia, os pais passam a responsabilidade da educação para a escola. Nas reuniões, explicamos que não é assim - diz a diretora Luciana.

A exemplo do que já houve em 2007, os funcionários esperam ganhar a gratificação do 14 salário, por causa de outra boa colocação no índice. Em média, um professor ganha R$ 983,80 para dar aula numa escola municipal como a vencedora do Ideb.

Maldito adolescente

Quero um pouco de texto pra escrever
Mas ele não quer
Criei um adolescente rebelde
ele escreve quando bem entende
E a vontade narcisista é tão grande
Que nada vai ser escrito tão cedo.
Vou montar uma jaula
e deixá-lo preso
vendado
e mudo.
Assim, talvez, eu possa falar.