17 novembro 2007

Uma morte em vida

A doença que te escolhe
É a dor que te engana
Sentir é doer
rasgar-se
voltar-se para si
e perder-se
Sentir sem sentir
É doer-se
Destruir-se
Escancarar-se
Desmedido
Que vida.

Sem destronar
Não posso querer
Sem destronar
Não posso querer
Sem querer
Não posso ser
Nem estar
Quero temer
Porque ter medo
faz-me sentir
e no infinitivo eu vou
sem saber a rima
sem cantar
sem melodia
cantando pelas ruas
como doido varrido
escorrendo sangue
derramando lágrimas
esculpindo deformações
.Sou como nunca
Sou o eterno viver
Em busca de não sei o que

Na angústia me encontro
Sei quem sou eu
Porque quero ser
No presente
Nesse tempo
de maledicências
farrapos
maltrapilhos
Conduzo minha rotina
Com um gole
Um suspiro
Um copo
E mais outro
No gargalo eu vou
Garrafas
E mais garrafas
Prazeres da surdina
Solidão sem fim
Acolhido por vocês, minhas companheiras
Descanso sem dormir
Se um dia voltar acordar
Desses olhos abertos
Estarei morto.

Um comentário:

Giselle Veiga disse...

hum...já tava com saudade de te ler!!!!!! =)

bejins