08 dezembro 2008

Eles, embora aqueles.

Um vento frio, mesmo no calor.
Um tempo presente que não voltará.
Tensão, ânsia, desespero.
Uma multidão que gritava calada.
Uma criança que ama inconsciente.
Uma senhora que amou e amaria
mas ele adoeceu...
A adolescente apaixonou-se
embora ele tenha muita idade
e não seja o que esperavam.
O homem que trabalha
e seus filhos vivem desviados
- grande batalha judicial.

A rua está cheia de gente que vive na rua.
Muita gente passa na rua, mas não vive nela.
E nessa rua cheia onde muita gente vive e outras passam
o dia se divide:
Eles e aqueles.
De dia eles vêm e suspiram: trabalham
De noite eles vão e tragam a si mesmos
(amanhã, um recomeço).
De dia, aqueles não vêm
já foram, não tem retorno.
O tempo é um pai agressivo
Decepou-lhes a cabeça, os pés
e imobilizou os braços.
aqueles deixaram
porque simplesmente nasceram.
Eles tentaram
porque adoeceram depois de nascer
e seguem enfermos
alheios inconvenientes inquietos
in... a... des... dis...

Um comentário:

R.L. disse...

gostei do jogo de idéias
o lance da rua...

mas...vc tá bem?
bem denso o poema
espero te ver!

bj