08 janeiro 2007

Lembrar - Esquecer - ???

Existe o dia que todos lembram. Mas existem as horas que a solidão é necessária. Contudo, a solidão solitária é um engodo que se levanta do estômago, estremece as mãos, adormece os braços e as pernas, faz explodir um enjôo que amolece o corpo, e a vontade é deitar, em qualquer canto, vestir-se por uma coberta e deixar-se quieto na interioridade do sono, único instante de esquecimento – não de paz. Neste dia que todos lembram, mas que você mesmo quer que não aconteça, sente-se uma felicidade discreta por aqueles que te admiram, sempre cuidadosos e preocupados, prontos a lhe oferecer o corpo e o seio em troca de nada, apenas de sua presença. Porém, eu quero ficar só, mas com eles, ao mesmo tempo, contradição que me atordoa, pois não sei onde quero realmente estar. Penso que correr pelas ruas seria o mesmo que dormir, exaurir-me até o fim das forças e despencar no solo, desacordado, longe daquilo que me faz querer desistir. Tenho plena certeza de que sou fraco, não fosse assim, certamente não estaria lutando comigo mesmo em busca de um modo de afirmação aos olhos alheios. Quando o lugar que lhe é guardado se perde dentro de você, é tarefa ingrata redescobri-lo, como se os olhos vissem a amada, mas o corpo impedisse a vista de enxerga-la realmente. A luta de si contra si é o que me faz delirar. E nestes delírios vago pelo mundo, sem plantar semente, à toa, na superfície de tudo, dos homens, das amadas, dos familiares e amigos, dos sonhos e angústias, tudo se passa como a brisa próxima ao mar, leve para uns, destruidora para mim, responsável por roubar-me a raiz do interior. Quando se tem este momento de desespero, no convívio com a insensatez do devaneio, podemos nos divertir - é isto que me alivia.
Do sorriso vagamos entre a loucura, o desespero e um suspiro de felicidade. Mas, afinal de contas, o que essa tal de felicidade? Bem, não sou psicólogo, nem quero saber, porque já basta de tentar explicar como funcionam as coisas, isso me chateia. A vida é para ser vivida não transformada em conceitos.

4 comentários:

Anônimo disse...

"A luta de si contra si é o que me faz delirar. E nestes delírios vago pelo mundo, sem plantar semente, à toa, na superfície de tudo, dos homens, das amadas, dos familiares e amigos, dos sonhos e angústias, tudo se passa como a brisa próxima ao mar, leve para uns, destruidora para mim, responsável por roubar-me a raiz do interior."

Adorei...

Anônimo disse...

queria te dizer q eu li todas.
q gosto de todas.
mas q sou suspeito.
q voce continue escrevendo , como quem guerrreia ...pq escrever como quem se dá é pros libetinos...
abrigado por todo o carinho
do amigo,

Anônimo disse...

que bonito seu comentário, felipe!!! =)

Escuerzo disse...

Isso que eu chamo de chave de ouro.