02 janeiro 2007

Um pouco de areia e muita cerveja

Correndo pela praia desabei na areia, bêbado. Com o rosto coberto de areia me levantei, e continuei a correr. Corri pela areia, corri, corri, corri, sem sair da mesma praia. Corria, corria, corria, e o tempo continuava correndo de mim. Corria o tempo e eu mesmo de mim, melancólico no tempo presente, desagradével porque ilusório. Tentava parar, o mundo girava, muito alcóol... A areia me tomou por inteiro, despenquei num buraco, mas continuei correndo, agora junto de outras pessoas, ao lado delas, envolvido por suas mãos, aparentemente satisfeito por tê-las assim, próximas. Nelas eu me via, um espelho de angústia, uma presença que tornava minha estadia confortável (bêbado). Sorria e corria, sorria e corria, sorria e corria, e assim corria e sorria, eram todos grandes companheiros (bêbado). Seus gestos eram afetuosos, me pareciam mais do que irmãos de sangue: nos tornamos amigos. Concordo que eram estranhos, um tanto agressivos vez por outra, mas tal constatação só me veio depois, muito depois (uns dias somente). Fiquem atentos porque existe um grão de areia diluído no mar, ainda aguardando pela bebedeira que se seguirá noutro dia (sóbrio).

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