28 dezembro 2006

None

Existem amores impossíveis
Outros possíveis
Uns te tragam, e nunca mais nos libertamos
Alguns te trazem a paz
E o inferno é a paz dos loucos
Por isso escrever é conviver com um tanto de loucura
No inferno
E no amor constante.

O que escrevo pode não ser minha experiência
O que escrevo pode ser uma mera ilusão de mim mesmo
Através dos outros.

Os amores são muitos
nos vencem e crescem asas
mas podem aportar e deixar a vida errante
Entretanto quem vive como um peregrino sou eu
por isso me perco nos amores das passagens
porque a vida é uma constante navegação pelos corpos alheios.

Nos olhos dos homens existe uma lágrima que nunca seca, por isso precisa da prosa para escorrer, não para ser extinta. Abslutamete uma flor que tem a essência feminina não pode arrancar sua própria raiz, em suicídio. Entretanto, a natureza assistiu espantada ao espetáculo de uma margarida que deixou a raiz escapar de si, e matar-se melancolicamente. Nunca ouvi tantos lamentos, chorei em comunhão, fui solidário a dor que me atingiu por inteiro. Essas lágrimas nunca serão expurgadas, nunca, porque a raiz das palavras enterrou a margarida, fez dela uma lembrança inoportuna, porém interessante.

2 comentários:

Anônimo disse...

=)

Usnave disse...

Um sorriso me parece um alento. Um motivo para dizer: "Grite, grite, grite". O que fazer quando a voz está rouca, até mesmo surda? Explodir... E assim escrevo.