Compre uma calça jeans
Uma camiseta branca
calce uma sandália qualquer
e ande pela rua
de mãos dadas com o tempo.
25 outubro 2009
Por que abrir a porta é tão difícil?
7 comentários:
Anônimo
disse...
Abrindo a porta, o tempo volta a existir; a realidade volta a tentar massacrar o sonho que ela contem. A porta fechada prende os cheiros, sussurros e olhares. Roxo, vermelho, riso, Não, espelho, para! A porta contem a moradia.
Entrei em casa e encontrei tudo revirado. Cachorro, morto; mulher, morta; filhos, mortos; familiares, mortos; trabalhadores, mortos; quadros, destruídos; textos, rasgados; livros, queimados; fiquei eu, reeditado.
No dia seguinte, entrei novamente em casa: tudo estava como antes; menos eu. Agora não vejo aqueles outros de antes, vejo novos outros. Eu mudei, os outros também, pois quem os vê, sou eu. Logo, mudei porque os outros também mudaram, e outros não eram os anteriores, alguns entraram sem pedir licensa, nem dizer obrigado. Vieram, ficaram e estão.
7 comentários:
Abrindo a porta, o tempo volta a existir; a realidade volta a tentar massacrar o sonho que ela contem.
A porta fechada prende os cheiros, sussurros e olhares. Roxo, vermelho, riso, Não, espelho, para!
A porta contem a moradia.
Por que existir porta?
Abrir significa abandonar. E isto é necessário, às vezes.
Por que temer o abandono?
A porta do carro
A porta da casa
A porta do medo
A porta da alma
A porta da existência
E onde fica a fechadura?
E onde fica a chave?
Existe chave?
Não, não existem mais fechadura
chave, possibilidade.
A porta está praticamente trancada.
Lacrada pela escollha.
Trancafiada pela presença.
Enjaulada pela própria poesia.
Entrei em casa e encontrei tudo revirado. Cachorro, morto; mulher, morta; filhos, mortos; familiares, mortos; trabalhadores, mortos; quadros, destruídos; textos, rasgados; livros, queimados; fiquei eu, reeditado.
No dia seguinte, entrei novamente em casa: tudo estava como antes; menos eu. Agora não vejo aqueles outros de antes, vejo novos outros.
Eu mudei, os outros também, pois quem os vê, sou eu. Logo, mudei porque os outros também mudaram, e outros não eram os anteriores, alguns entraram sem pedir licensa, nem dizer obrigado. Vieram, ficaram e estão.
Nem sempre tem olho mágico e nem sempre a gente sabe quem ou o que está do outro lado.
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