A vida é uma eterna busca por
melodias frustradas
encantos de palavras
perversas
A escolha do dia
é a morte da tarde
é a doença do dia
No dia
de dia
Razões
À tarde a fuga
À noite a chegada
O encontro dos símbolos
Os rostos ganham contornos inacabados
Os corpos se viram em sombras
E as vozes, o murmúrio
É na madrugada que nada passa
e tudo fica
É na madrugada que a experiência
muda o jeito de ser
É na madrugada que amar faz sentido
e o sexo é prazer
É na madrugada que o trabalho do copo
vira a construção do ser
É na madrugada que a bebida se levanta
e deixa ser
É na madrugada que a noite engole o dia
pra poder viver
É na madrugada que os homens do dia morrem
porque não mudam,
seguem.
É na madrugada que os sapatos e o terno
viram motivo de sarcasmo
(indiferença)
É na madrugada que os sapatos ganham
daqueles que os calçam
É na madrugada que os espelhos se quebram
e os outros ganham vida
É na madrugada que o mendigo acorda
vive e produz
É na madrugada que o cão sarnento exala sua doença
e todos querem abraçá-la
É na madrugada que a morte ganha vida
a história é vivida
e faz parte da saída
É na madrugada que o sol se torna uma doença
Porque o seu sorriso é uma luva cirúrgica
que abre os ossos do peito
e desperta corpo da solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário